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"So" Nice


Foi então que em um maravilhoso tom acinzentado imaginei aquele avião descendo na parte oeste da cidade de Nice na França. A baia de Côte d’Azur, assim conhecida e banhada pelas águas sulistas era o ponto de partida da minha visão periférica naquela tarde de sábado. Um trem, nada mais, era o que me separava do intenso norte italiano ao nudista e exuberante sul francês. Sentado na parte onde as águas ainda não me alcançavam, olhei longe para o sentido oeste da charmosa Nice e enxerguei um avião descendo no aeroporto a beira mar. De longe a primeira impressão era de que ele simplesmente mergulhava ao mar, fantasiado por isso, fiquei esperando a chegada do próximo, e do próximo. Nice me fez pensar o quanto estava longe de casa. Me fez pensar onde era minha casa. Onde estava meu coração. Um coração que enxergava no preto e branco uma absurda simplicidade. Tirei do bolso meu celular e fiz uma foto que infelizmente não se enxerga o aeroporto de Nice, mas juro que para lá mirei. Saiu apenas uma fantasiada tarde de sábado em preto e branco, onde nas pedras estavam banhistas aproveitando o sol de abril e assim como eu buscavam somente àquilo. Nice, para mim, era como uma extensão da parte italiana da França, ou da francesa na Itália. Tinha sempre que disso ou daquilo que me lembrava a terra da bota, bem como Turim e seus meandros franceses. Bem dita seja essa mistura cultural que me brindava a cada dia. Abençoado pelos mares do sul e pelos montanhas do norte eu ia me perdendo cada vez mais em relação ao meu lar. Tão perdido quanto a quem procura mais do que tons de cinza naquela foto preto e branca, estava eu em busca de um lindo lugar para chamar de casa e a parte boa era que cercado estava eu de belíssimas opções. Merci Nice.

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© 2024 por Julio Lombaldo.

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