Armada Latina
A frequência da batida misturada ao fervor do meu e do nosso sangue latino não explica, se sente. Se não é latino, lamento. Não sentirá nada tão perto disso, experimente, deixe os rumos das notas musicais te levarem, levante os braços, feche os olhos e viaje sem sair do lugar. Antes de qualquer coisa, te aviso que nunca vai atingir o êxtase sem uma substância necessária, o sangue latino. É uma “droga” presente não apenas no meu sobrenome, é algo que te faz sentir quente, ferver o sangue como dizem. Os frios nórdicos que conheci nas minhas andanças por ai, são talvez muito centrados e por vezes pessoas fantásticas, mas não tem presente no seu sangue a nossa “droga” e talvez por isso usem outras, mas somos latinos e vivemos de alegria, somos quentes e frieza não compõe nosso cardápio. Câmeras de visão noturna com detecção de calor humano não representam nada perto das nossas habilidades, o visor mostra as cores quentes no monitor e comparo à mesma tecnologia as percepções latinas, nos conhecemos, somos quentes e atraímos quem também é. Vivendo impulsionado pelo sangue que grita e pela boca que é quente, nós latinos precisamos exalar diariamente em nossas vidas um sorriso carregado amor e ódio. Nunca vai entrar em campo a falsidade e nunca sairá dele um fundo musical composto de um violão espanhol forjado na região de Bilbao ou nas ruelas da cidade do México. Orgulho de dizer que é minha gente, vergonha de pensar que alguns se escondem atrás de um sobrenome inglês que soa diferente ou daqueles que não dizem onde nasceram, mas sim de onde seus finos ancestrais vieram, se assim é, vá e não volte nunca mais. Falando, hablando ou parlando, diga bem alto que é um de nós e nunca olhe pra trás, pense apenas no sorriso de amanhã e também naquele que vai te sorrir de volta. Veja que isso é mais que tudo, pois “nosotros somos una armada latina”.